Cantinho de Prosa

A bem dizer, chamo-me Paulo Sérgio ou Paulinho como gostam de chamar meus amigos. Resolvi criar esse cantinho para prosar as coisas e pessoas desse mundo. Quem sabe não começamos uma conversa?

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Location: Araraquara, São Paulo, Brazil

Nascido em Campos dos Goytacazes-RJ e residente em Araraquara-SP. Sociólogo e Mestre em Políticas Sociais (UENF). Doutorando em Sociologia (UNESP).

Friday, March 09, 2007

(Des)informação pouca é bobagem.

FHC PRESIDENTE, TUDO SERIA DIFERENTE

Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 193

. Neste glorioso domingo de sol, convido os amigos a um exercício (inútil) de ficção.
. Vamos imaginar que o presidente Bush chegasse ao Brasil esta semana para tratar de uma parceria dos produtores de 70% do etanol do mundo – EUA e Brasil.
. Vamos imaginar que em lugar do presidente que ocupa o cargo provisoriamente (até a posse do presidente eleito José Serra em 2010), o presidente fosse Fernando Henrique Cardoso, o Farol de Alexandria, aquele que lança luzes sobre o passado.
. E que a situação econômica fosse exatamente a que é hoje.
. Quer dizer: seria tudo igual, só que o presidente seria FHC.
. Vamos ver o que faria a mídia conservadora:
. A Miriam Leitão, a Controladora Geral da Republica, escreveria não sobre florestas – como faz hoje no Globo ( clique aqui para ler sobre florestas), mas sobre a parceria do etanol. E diria: "Isto só se tornou possível por causa da consistência e da austeridade da política econômica do atual Governo." E concluiria: "Uma política econômica tão responsável é obra, sobretudo, de um presidente que tem noção das virtudes de arrumar a casa das finanças públicas. Já imaginaram se o presidente eleito fosse o do PT ?"
. A Veja colocaria na capa FHC e Bush abraçados e o titulo ufanistico: "A aliança de gigantes – Brasil – EUA". No sub-título: ""Bye-bye Chávez!"
. A Folha de São Paulo: "Acordo do etanol: Brasil e EUA podem dominar o mundo". Uma pesquisa do Datafolha mostraria que a popularidade de FHC é maior que a do Alemão do Big Brother.
. Estadão: "Visita de Bush: FHC é o líder da América Latina". Um editorial demonstraria de forma cabal que essa aliança só se tornou possível porque FHC respeita o marco regulatório e coibiu de forma exemplar as invasões no Portal do Paranapanema. Um artigo da colunista Dora Kramer traria o seguinte titulo: "FHC – terceiro mandato – por que não?"
. IstoÉ, sob inspiração de Daniel Dantas: "Acordo do etanol com EUA mostra que a privatização das telefônicas foi um sucesso".
. O Jornal Nacional faria uma reportagem em Nova York sobre o posto que já vende gasolina misturada ao álcool brasileiro e um "povo fala" de consumidores entusiasmados: "We love gas Made in Brazil!"

Wednesday, March 07, 2007

Debate sobre a questão feminina

O Centro Acadêmico Frederico Menezes Veiga e o Núcleo de Estudos em Teoria Social NETS-UENF
Apresentam a palestra:

"Dia Internacional da Mulher: Gênero, Mídia e Direito”.
Dia 08/ 03/ 07 às 19 h no auditório da UCAM


Expositoras:

Adriana Lopes Ramos – Socióloga
Adelia Miglievich – Drª. em Sociologia e professora da UENF
Márcia Mérida Aguiar – Advogada e Professora da UCAM
Celina Maria Macabú – Advogada do NIAM (Núcleo integrado de Atendimento à mulher) e integrante da comissão de mulheres Advogadas da OAB.

Coord. Halisson Paes

Tuesday, March 06, 2007

Lembranças de "Tristes Trópicos"

Mujer nambiquara hilando en la misión juruena*



Apesar de publicizar tardiamente minhas impressões sobre a leitura de “Tristes Trópicos”, estas são ainda vívidas nas recordações sobre uma obra de repercussão eminentemente contemporânea. Se bem entendi, esse comentário releva a comunicação de aspectos teóricos com a visão de Claude Lévis-Strauss de um mundo cuja face não nos é mais permitida conhecer fidedignamente mas que, pela observação direta de um antropólogo europeu iniciando sua carreira, aparece-nos como um retrato crível da construção da modernidade brasileira.

A viagem feita de navio por Lévis-Strauss, odiável pelos contratempos oferecidos, permite-lhe constatar um mundo onde as distâncias físicas e políticas entre os países tornam-se cada vez menores. Não que isso signifique um progresso realizável unilateralmente, pois reside a perplexidade de uma miséria assim como o progresso tão mais universal como a difusão das benfeitorias tecnológicas da civilização. Na sua narrativa, duas impressões acerca do Brasil e da América do Sul são dignas de nota: se o primeiro lhe parecia ingenuamente oposto à representação extraída do seu quadro de referências etnocêntrico, na América do Sul, a imagem consagrada de “paraíso” não condizia com a condição de continente submetido a intervenções externas viabilizada pela estrutura de poder sob hegemonia de elites locais, em via oposta ao seu desenvolvimento. Para Lévis-Strauss a “terra de oportunidades” assim o era apenas para grupos privilegiados que devido a sua envergadura econômica poderiam explorar os recursos ainda não explorados sem deixar nada em seu lugar. Olhando para o contexto de origem e deparando-se com o inesperado a cada instante, sua atenção desloca-se sem desembaraço da percepção política à mudança de hábitos conforme vai emergindo na atmosfera nova. O calor dos trópicos, os sabores e olores diversos parecem ampliar sensorialmente seu horizonte cultural ao acrescer novos códigos de conduta até então inéditos. A mudança de seu status econômico também lhe chamara atenção; se na França era pobre, aqui Lévis-Strauss experimenta ser “cidadão de alta classe”.

A visão de outros europeus próximos dos índios estudados por Levis-Strauss são exemplos de como os intérpretes autorizados do velho mundo concebem a humanidade desses homens e mulheres. Sobre os índios do Tabaji, a impressão de índios assimilados pela cultura do homem branco seria, como citado acima, um exemplo da indisposição em relativizar sua própria cultura e de quanto esta, uma vez naturalizada, definiria uma suposta mentalidade indígena. Não desprezando certa propensão da entrada de valores exógenos na cultura indígena, Lévis-Strauss preocupa-se em identificar as resistências culturais à aculturação, na qual faz distinguir os povos autocónes enquanto entidade étnica singular. Esse exercício etnográfico será uma constante em seu trabalho de observação junto às outras tribos que participou durante sua expedição pelo interior ainda em muito desconhecido do país.

As experiências com os índios revelam modos de vida em verdadeira antítese com o padrão dominante de relação dos homens com a natureza e com os outros homens. Mas para a angústia de Lévis-Strauss essa sorte de transitar em sociedades humanas em situação de isolamento cultural quase irrestrito seria logo um espaço e um tempo que jazem solitariamente na lembrança de um antropólogo experiente. Não só o processo de aculturação mas também a resistência dos índios ao processo civilizatório e sua dizimação física e espiritual, tendo como caso exemplar os Nambiquara, figuram uma viagem catártica de um cientista solidário à condição humana.

Wednesday, January 03, 2007

Polêmica na regulamentação do ensino de Sociologia e Filosofia no ensino médio


O Estado de Sao Paulo 25/12/2006
Ano começa com indefinição sobre filosofia e sociologia
Norma nacional pede a volta das disciplinas, mas escolas ainda não sabem como aplicá-la
Igor Giannasi
A norma entra em vigor em agosto de 2007, mas ainda não se sabe ao certo se as escolas de São Paulo seguirão a determinação de ensinar filosofia e sociologia aos alunos do ensino médio. Um parecer do Conselho Nacional de Educação, de 11 de agosto, determinou o prazo de um ano para que as escolas do País planejem a implantação dessas disciplinas. Mas, recentemente, um documento do Conselho Estadual de Educação (CEE) paulista causou confusão entre instituições de ensino e entidades de classe, dando margem à interpretação de que o conselho desobrigava a inclusão das disciplinas no próximo ano. Para piorar a situação, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa escolas particulares, é contrário à ampliação da grade.
“O Conselho Nacional de Educação está engessando os estabelecimentos de ensino”, critica o presidente da entidade, José Augusto de Mattos Lourenço. Tanto o Sieeesp quanto o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) receberam diversas consultas de instituições querendo saber se deveriam ou não aplicar as disciplinas. “Muitas escolas que já tinham essas aulas estavam querendo tirar filosofia e sociologia da grade e só retorná-las em 2008”, afirma o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro.
No documento, o CEE pronuncia-se “pela não obrigatoriedade da introdução de filosofia e sociologia no currículo das escolas de ensino médio, no âmbito de sua jurisdição, no ano de 2007 (...) pela rede pública estadual, bem como, pelas escolas da rede privada de ensino”.Segundo o presidente do conselho, Pedro Salomão José Kassab, a indicação serviu para esclarecer que as escolas não teriam a obrigação de começar as aulas já em 2007.
“É uma enormidade estarem falando que o conselho não quer ensinar sociologia e filosofia”, defende-se. No entanto, mesmo que recomendasse às escolas a não inclusão das disciplinas, o parecer do Conselho Nacional seria soberano sobre a indicação. “Nenhum conselho dos Estados brasileiros pode ignorar ou recomendar que se ignore um parecer nacional”, diz o conselheiro César Callegari, um dos relatores do parecer. “São Paulo não é um Estado em que uma decisão como essa fique despercebida.”
Recentemente, representantes dos conselhos nacional e estadual se reuniram e, segundo Callegari, ficou claro que o documento paulista era só uma orientação às escolas. Ele explica que, até a data definida pelo Conselho Nacional de Educação, as escolas devem apresentar os parâmetros de como irão se adaptar à norma. E, segundo ele, o parecer não estabelece uma data para a inclusão da sociologia e da filosofia no currículo e sim que esse prazo deve ser especificado no planejamento de cada escola.
Essa interpretação, porém, não é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, Paulo Roberto Martins. “Em agosto de 2007, aquelas instituições que não tiverem colocado as disciplinas, que o façam.” Além do aumento dos custos com a contratação de professores dessas áreas, o presidente do Sieeesp questiona se haverá profissionais habilitados para suprir a demanda que irá surgir. Segundo Martins, estima-se que 800 professores da matéria se formam a cada ano no Estado.
POLÊMICA ANTIGA
A questão de filosofia e sociologia no ensino médio é uma polêmica que dura alguns anos. Em 2001, o ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso vetou um projeto de lei que pedia a volta das duas disciplinas, alegando falta de professores para dar as aulas nas escolas.Callegari suspeita que a aprovação da indicação do conselho estadual seja, aparentemente, uma manifestação dos interesses das escolas privadas. Já uma fonte que não quis se identificar e fez parte do Conselho Nacional de Educação nos últimos anos do governo FHC e no início do governo Lula, mesmo favorável à inclusão das duas disciplinas no currículo do ensino médio, afirma que não houve uma argumentação teórica para dar suporte ao parecer. A aprovação teria sido resultado de um lobby feito por representantes dos professores de filosofia e sociologia.
Ivone Bengochea www.pensareedu. com
www.pensare- pensare.blogspot .com
www.ivone-bengochea .blogspot. com

Tuesday, January 02, 2007

Nota sobre a violência urbana e as drogas

Tenho tentado acompanhar esse estado de coisas pela TV e pelos jornais impressos. Uma coisa, não tão recente, é a recorrência do terrorismo no discurso oficial e nas falas de alguns ditos "especialistas" em violência.
A primeira vez que lembro ter ouvido essa expressão associada ao tráfico de drogas foi sob o rótulo "narco-terrorismo" quando da intensificação dos conflitos deflagrados entre as FARC, governo colombiano e grupos paramilitares nele instalados, lá pelos idos de 1998, expressão essa nascida provavelmente de alguns ideólogos do Pentágono.
Não quero fazer deste exemplo uma evocação ingênua de reclames anti-americanos mas creio que o debate sobre a violência e as drogas deve ser sustentado numa escala de análise geopolítica.
As formas de controle social que viabilizem relações legítimas de produção, distribuição e consumo de drogas são afeitas e afetadas, talvez, pelos mesmos mecanismos que as difundem globalmente: instrumentos de comunicação virtual, lobbies, armas e dinheiro. E por debaixo de todo este império vige um império ainda maior: o "império dos sentidos", a difícil e intricada relação entre prazer e repressão sublimada.
Todos queremos nos civilizar mas quase sempre não desejando de pronto o "mal-estar da civilização".
O mais problemático disso tudo, ao meu ver, é a formação de um consenso alimentado por ignorância que toma a sociedade de forma dual – bandidos e não-bandidos –, obscurecendo a trama que parece fundir medo opressivo e silêncio público, estendo a eliminação do "bandido" ao uso indiscriminado da força nos ambientes nos quais estes supostamente se (de)formam: as comunidades de baixa renda situadas no interior e nos grandes centros urbanos, integradas marginalmente ao mercado de trabalho e à sociedade de consumo que suscita expectativas imediatas de fruição de bens individuais contrastantes com o preenchimento das condições básicas de existência: moradia salubre, alimentação regular, transporte e lazer universalizáveis e outras.
Não tenho opinião formada sobre a legalização das drogas. Sei que algumas drogas, para além do álcool, já sofrem um aceite alvissareiro por amplas camadas da população, até mesmo das mais "esclarecidas". Falo aqui principalmente da maconha, também chama de brenfa ou boldinho.
O prazer é uma dimensão de hoje e sempre na vida humana, mas também é um fenômeno histórico que implica, necessariamente, o reconhecimento de sua organização social em condições assimétricas: mais-prazer para alguns e mais-repressão para a maioria.
Dizer tudo isso, talvez, não seja tão óbvio, se considerado o recurso aos alucinógenos como auto-alienação de uma vida não vivida para si. Lendo e debatendo "Eros e Civilização" (Herbert Marcuse, 1964) aprendi que liberalidade dos costumes não é, necessariamente, sinônimo de liberdade política. A sublimação dos instintos (ou pulsões) reside conteúdos potencialmente criativos - a fantasia, única faculdade humana não redutível ao tabu da consciência.
Do ponto de vista de nossa formação, talvez possamos entender fantasia como associada à "imaginação sociológica" ou à atividade estética dos inúmeros intérpretes e reinventores do cotidiano.

Tuesday, December 05, 2006

Reportagem do Jornal Correio Brasiliense sobre o ensino de Sociologia e Filosofia no ensino médio

CORREIO BRAZILIENSE - 27/11/2006
Provas filosóficas
Mais de 40 mil estudantes vão fazer os exames das 1ª e 2ª etapas do PAS no próximo domingo. Eles terão que responder a perguntas de filosofia e sociologia e encarar outras mudanças
Priscilla Borges

Da equipe do Correio
O novo modelo de provas do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília será finalmente conhecido. Desde o final do ano passado, o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe/UnB) anunciou que os candidatos da 1ª etapa encontrariam diferenças nos exames neste ano.
As mudanças foram discutidas e definidas durante a revisão dos objetos de avaliação do PAS, feita por professores de escolas públicas e particulares juntamente com o órgão. No próximo domingo, 25.344 estudantes inscritos na 1ª etapa colocarão em xeque a proposta, que não terá mais divisão entre as disciplinas. A interdisciplinarida de será mais valorizada ainda. Conteúdos de matemática, física e biologia poderão ser cobrados em um mesmo item. A UnB também acabou com a chance de escolha da prova de artes. Até o último subprograma, os candidatos podiam optar por fazer avaliações de artes cênicas, visuais ou música. Agora, eles responderão a itens das três.
Além disso, o Cespe cobrará conhecimentos de duas disciplinas que, até então, apareciam de maneira sutil nas questões do PAS e do vestibular: filosofia e sociologia. Pela primeira vez, essas disciplinas estão citadas explicitamente na lista de conhecimentos cobradas nas avaliações presente no guia do candidato. Mas a reivindicação dos professores da área é bem mais antiga. Desde 2004, o Cespe e professores da UnB e do ensino médio, discutiam a melhor forma de introduzir conteúdos dessas áreas nas provas de seleção da universidade.

Como destaca Wanderson Flor do Nascimento, do Departamento de Filosofia, os especialistas noassunto não queriam ver a cobrança restrita à história de filósofos e pensadores, por exemplo. "Afilosofia deve ser uma ferramenta para compreender outros conteúdos. Se ela oferece a possibilidade de que o aluno desenvolva uma postura crítica, é isso que deve ser analisado", ressalta. Wanderson vê com bons olhos a inclusão das disciplinas no processo seletivo. "É uma valorizaçãode um instrumento que já teve sua importância reconhecida pela legislação brasileira", comenta oprofessor, referindo-se à indicação do ensino das duas áreas feita pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
O Conselho Nacional de Educação aprovou esse ano um parecer que torna obrigatória a oferta de sociologia e filosofia nos currículos do ensino médio. Os estudantes Tairine Oliveira da Silva, 14, Cíntia Helena da Silveira, 15, Vinicius Cedro, 15, Jéssica Alves, 15, e Icoana Laís Martins, 15, estão tensos por encararem as mudanças no PAS. Mas acreditam que a cobrança de conhecimentos filosóficos e sociológicos será positiva. Como gostam do tema, acreditam que terão chances de garantir pontos nos questionamentos dessas áreas. "São aulas muito legais, a gente debate bastante", afirma Cíntia.
Em outras cidades
Não é só a UnB que se mostrou sensível à importância da filosofia para o desenvolvimento dos alunos. Várias instituições cobram conteúdos da disciplina em suas provas de seleção. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), por exemplo, a cobrança começou em 2003. No primeiro dia, os conhecimentos dessa área aparecem misturados em uma prova interdisciplinar. No terceiro dia, voltam a ser cobrados em provas específicas para os candidatos dos cursos de filosofia, psicologia, direito, serviço social, biblioteconomia, moda, artes cênicas e música. A Universidade Federal de Minas Gerais UFMG aplica prova de filosofia apenas para osestudantes inscritos nos cursos de direito e filosofia e faz parte da segunda etapa do vestibular.
O professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Jaime Rauber, destaca que essa inclusão é um passo importante para fazer com que mais alunos se dediquem à disciplina. "A filosofia forma cidadãos mais críticos, conscientes, racionais e responsáveis pelos seus atos. Isso será um enorme bem para a sociedade", analisa. O especialista do Núcleo de Educação para o Pensar (Nuep) lembra que os jovens ainda terão a chance de conhecer as inquietações do homem ao longo da história.
Jaime acredita que, em sala de aula, os professores devem utilizar a filosofia para criar espaços dereflexão sobre temas e problemas relacionados à realidade. "Os alunos estão sempre preocupados com a questão da utilidade da filosofia. Se o professor e a escola conseguirem fazer essa aproximação com a realidade atual, as discussões serão significativas para os alunos", afirma.

Você está preparado para a nova prova do PAS?
Fotos: Rafael Neddermeyer/ Especial para o CB
"Acho que já estudei bastante, mas ainda não o suficiente. Estou nervoso, porque é o primeiro passo para minha vida profissional. Mas não acredito que as mudanças farão tanta diferença. Na minha opinião, a mistura das matérias até facilita a compreensão das questões. Só não gostei da mudança na prova de artes. Não sou muito hábil em música" Jonathas Bezerra Silva, 15, está no 1º ano da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima
"Espero que sim. Resolvi provas antigas, fiz exercícios e estudei muito. Mas ainda não sabemoscomo será essa prova, mas os testes do Cespe são sempre difíceis. Acho que as questões discursivas vão dificultar a prova, mas escrevo bem. Não gostei mesmo do fim da opção de artes, não aprendemos sobre música direito. Me preocupo em ler jornais e ficar antenada no que acontece. É importante para o PAS"
Juliane Cruz, 16, cursa o 1º ano no Colégio Batista de Brasília
"Acho que não. Se tivesse estudado mais, teria chances de me sair melhor. As provas ficarão maisdifíceis com as mudanças. Tenho dificuldades para escrever o que sei e não sei me sairei bem nos itens discursivos. Eles tinham de ter avisado antes sobre as mudanças. Só tive aula de um tipo de artes, por exemplo. Fica mais difícil estudar sozinha"
Adriana Gomes, 15, aluna do 1º ano do Colégio La Salle de Sobradinho
"Faltou um pouco de estudo da minha parte. Sempre acharei que deveria ter estudado mais. O novo modelo me assustou. Se misturarem matérias que sei com as que não domino, posso ser prejudicada. Achei interessante a variedade de itens na prova. O fim da opção de artes foi muito ruim. Não estamos preparados para as três artes, não tive todas essas aulas" Sarah Teodoro, 15, estudante do 1º ano do Centro deEnsino Médio 2 de Planaltina

Sunday, December 03, 2006

Lei que pune o "Jabá"

30/11/2006 - 09h53
Comissão aprova lei que torna o "jabá" um crime
da Folha de S.Paulo
O projeto de lei que torna crime a prática de jabá (execução de música em rádio ou TV mediante pagamento do artista ou da gravadora) foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Apresentada em 2003 pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE), a proposta já havia sido aprovada também nas outras duas comissões designadas para analisá-la (Educação e Cultura; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) e deverá seguir agora para votação no plenário da Câmara.
O projeto torna o jabá um crime, com penas que variam de multa a detenção de um a dois anos, além da cassação da emissora que receber o dinheiro para colocar uma música no ar.Podem ser responsabilizados radialistas, apresentadores, produtores, gerentes de marketing ou qualquer profissional que tenha participado da negociação.
Conhecida também como "jabaculê", a prática é comum, especialmente nas rádios, mas ocorre também em programas de televisão. O deputado diz esperar agilidade na tramitação do projeto.
"Estamos caminhando para desvendar os segredos que envolvem as relações das empresas de comunicação com a divulgação da cultura brasileira. Esperamos celeridade na aprovação do projeto para inibir esses procedimentos escusos", afirmou Ferro, por meio de sua assessoria de imprensa.