Cantinho de Prosa

A bem dizer, chamo-me Paulo Sérgio ou Paulinho como gostam de chamar meus amigos. Resolvi criar esse cantinho para prosar as coisas e pessoas desse mundo. Quem sabe não começamos uma conversa?

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Nascido em Campos dos Goytacazes-RJ e residente em Araraquara-SP. Sociólogo e Mestre em Políticas Sociais (UENF). Doutorando em Sociologia (UNESP).

Tuesday, December 05, 2006

Reportagem do Jornal Correio Brasiliense sobre o ensino de Sociologia e Filosofia no ensino médio

CORREIO BRAZILIENSE - 27/11/2006
Provas filosóficas
Mais de 40 mil estudantes vão fazer os exames das 1ª e 2ª etapas do PAS no próximo domingo. Eles terão que responder a perguntas de filosofia e sociologia e encarar outras mudanças
Priscilla Borges

Da equipe do Correio
O novo modelo de provas do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília será finalmente conhecido. Desde o final do ano passado, o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe/UnB) anunciou que os candidatos da 1ª etapa encontrariam diferenças nos exames neste ano.
As mudanças foram discutidas e definidas durante a revisão dos objetos de avaliação do PAS, feita por professores de escolas públicas e particulares juntamente com o órgão. No próximo domingo, 25.344 estudantes inscritos na 1ª etapa colocarão em xeque a proposta, que não terá mais divisão entre as disciplinas. A interdisciplinarida de será mais valorizada ainda. Conteúdos de matemática, física e biologia poderão ser cobrados em um mesmo item. A UnB também acabou com a chance de escolha da prova de artes. Até o último subprograma, os candidatos podiam optar por fazer avaliações de artes cênicas, visuais ou música. Agora, eles responderão a itens das três.
Além disso, o Cespe cobrará conhecimentos de duas disciplinas que, até então, apareciam de maneira sutil nas questões do PAS e do vestibular: filosofia e sociologia. Pela primeira vez, essas disciplinas estão citadas explicitamente na lista de conhecimentos cobradas nas avaliações presente no guia do candidato. Mas a reivindicação dos professores da área é bem mais antiga. Desde 2004, o Cespe e professores da UnB e do ensino médio, discutiam a melhor forma de introduzir conteúdos dessas áreas nas provas de seleção da universidade.

Como destaca Wanderson Flor do Nascimento, do Departamento de Filosofia, os especialistas noassunto não queriam ver a cobrança restrita à história de filósofos e pensadores, por exemplo. "Afilosofia deve ser uma ferramenta para compreender outros conteúdos. Se ela oferece a possibilidade de que o aluno desenvolva uma postura crítica, é isso que deve ser analisado", ressalta. Wanderson vê com bons olhos a inclusão das disciplinas no processo seletivo. "É uma valorizaçãode um instrumento que já teve sua importância reconhecida pela legislação brasileira", comenta oprofessor, referindo-se à indicação do ensino das duas áreas feita pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
O Conselho Nacional de Educação aprovou esse ano um parecer que torna obrigatória a oferta de sociologia e filosofia nos currículos do ensino médio. Os estudantes Tairine Oliveira da Silva, 14, Cíntia Helena da Silveira, 15, Vinicius Cedro, 15, Jéssica Alves, 15, e Icoana Laís Martins, 15, estão tensos por encararem as mudanças no PAS. Mas acreditam que a cobrança de conhecimentos filosóficos e sociológicos será positiva. Como gostam do tema, acreditam que terão chances de garantir pontos nos questionamentos dessas áreas. "São aulas muito legais, a gente debate bastante", afirma Cíntia.
Em outras cidades
Não é só a UnB que se mostrou sensível à importância da filosofia para o desenvolvimento dos alunos. Várias instituições cobram conteúdos da disciplina em suas provas de seleção. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), por exemplo, a cobrança começou em 2003. No primeiro dia, os conhecimentos dessa área aparecem misturados em uma prova interdisciplinar. No terceiro dia, voltam a ser cobrados em provas específicas para os candidatos dos cursos de filosofia, psicologia, direito, serviço social, biblioteconomia, moda, artes cênicas e música. A Universidade Federal de Minas Gerais UFMG aplica prova de filosofia apenas para osestudantes inscritos nos cursos de direito e filosofia e faz parte da segunda etapa do vestibular.
O professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Jaime Rauber, destaca que essa inclusão é um passo importante para fazer com que mais alunos se dediquem à disciplina. "A filosofia forma cidadãos mais críticos, conscientes, racionais e responsáveis pelos seus atos. Isso será um enorme bem para a sociedade", analisa. O especialista do Núcleo de Educação para o Pensar (Nuep) lembra que os jovens ainda terão a chance de conhecer as inquietações do homem ao longo da história.
Jaime acredita que, em sala de aula, os professores devem utilizar a filosofia para criar espaços dereflexão sobre temas e problemas relacionados à realidade. "Os alunos estão sempre preocupados com a questão da utilidade da filosofia. Se o professor e a escola conseguirem fazer essa aproximação com a realidade atual, as discussões serão significativas para os alunos", afirma.

Você está preparado para a nova prova do PAS?
Fotos: Rafael Neddermeyer/ Especial para o CB
"Acho que já estudei bastante, mas ainda não o suficiente. Estou nervoso, porque é o primeiro passo para minha vida profissional. Mas não acredito que as mudanças farão tanta diferença. Na minha opinião, a mistura das matérias até facilita a compreensão das questões. Só não gostei da mudança na prova de artes. Não sou muito hábil em música" Jonathas Bezerra Silva, 15, está no 1º ano da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima
"Espero que sim. Resolvi provas antigas, fiz exercícios e estudei muito. Mas ainda não sabemoscomo será essa prova, mas os testes do Cespe são sempre difíceis. Acho que as questões discursivas vão dificultar a prova, mas escrevo bem. Não gostei mesmo do fim da opção de artes, não aprendemos sobre música direito. Me preocupo em ler jornais e ficar antenada no que acontece. É importante para o PAS"
Juliane Cruz, 16, cursa o 1º ano no Colégio Batista de Brasília
"Acho que não. Se tivesse estudado mais, teria chances de me sair melhor. As provas ficarão maisdifíceis com as mudanças. Tenho dificuldades para escrever o que sei e não sei me sairei bem nos itens discursivos. Eles tinham de ter avisado antes sobre as mudanças. Só tive aula de um tipo de artes, por exemplo. Fica mais difícil estudar sozinha"
Adriana Gomes, 15, aluna do 1º ano do Colégio La Salle de Sobradinho
"Faltou um pouco de estudo da minha parte. Sempre acharei que deveria ter estudado mais. O novo modelo me assustou. Se misturarem matérias que sei com as que não domino, posso ser prejudicada. Achei interessante a variedade de itens na prova. O fim da opção de artes foi muito ruim. Não estamos preparados para as três artes, não tive todas essas aulas" Sarah Teodoro, 15, estudante do 1º ano do Centro deEnsino Médio 2 de Planaltina

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